Saúde da Visão

Miopia em crianças e adolescentes aumenta com a pandemia

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que até 2050, metade da população mundial será míope. Dos 210 milhões de brasileiros, estima-se que 57 milhões têm miopia em algum grau de progressão. Estimativas assustadoras, afirma a médica oftalmologista Tania Schaefer, presidente da SOBLEC (Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria). Além disso, o isolamento social, o uso excessivo de celulares, tablets e computadores e a falta de exposição à luz solar estão entre as principais causas do aumento da miopia em crianças e adolescentes.

Neste conteúdo vamos explicar os perigos da miopia em crianças e adolescentes e como evitar o desenvolvimento precoce dessa condição nos jovens. 

Índice

O que é miopia?

Miopia em crianças e adolescentes

Como evitar o desenvolvimento precoce da miopia?

O que é miopia?

A miopia se caracteriza pela dificuldade de enxergar de longe e dependendo do grau de progressão pode evoluir para outras patologias como catarata, glaucoma e deslocamento de retina. 

A doença é relativamente simples, se leve ou moderada, mas quadros graves estão associados a um risco de descolamento da retina, catarata precoce, degeneração macular e glaucoma. 

Miopia em crianças e adolescentes

Estudos especializados mostram que, além da predisposição genética e o aumento do tempo gasto em ambientes fechados, a miopia está avançando entre crianças e adolescentes por conta das muitas horas com os olhos grudados em telas digitais. 

Segundo levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que ouviu 295 profissionais em todo o país, 72% dos entrevistados relatam maior detecção da miopia na faixa etária de zero a 19 anos durante a pandemia.

Em uma pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association (Jama) também foi registrado um aumento de até quatro vezes, em comparação com anos anteriores, no número de diagnósticos durante o período de isolamento social.

O principal sintoma da miopia é a visão embaçada e a dificuldade de enxergar objetos de longe, mas com o aumento do uso das telas muitas crianças têm apresentados sintomas adicionais como olhos secos e dores de cabeça, durante o período de isolamento.

O diagnóstico da miopia é de responsabilidade do médico oftalmologista, único profissional habilitado para prescrição do tratamento mais adequado a cada paciente. 

Entre as opções de tratamento e terapias para miopia em crianças e adolescentes estão o uso de colírios de atropina com dosagens mínimas e rigoroso controle, e a utilização de óculos com lentes bifocais e de lentes de contatos. 

Para saber mais sobre a miopia acesse a matéria completa em nosso blog!

Como evitar o desenvolvimento precoce da miopia?

Segundo a oftalmologista Tania Schaefer, presidente da SOBLEC, o cenário exige uma postura mais preventiva dos pais, que devem levar com mais frequência os filhos aos consultórios oftalmológicos, principalmente, antes da retomada das aulas presenciais. “Está comprovado que o déficit de aprendizagem também está relacionado a problemas na visão”, pontua Tania Schaefer. 

“A dificuldade de enxergar de longe prejudica a vida escolar, traz transtornos na hora da prática de exercícios físicos e também dificulta o convívio social, por exemplo”, salienta a oftalmologista. 

A médica oftalmologista esclarece que o aumento do tempo gasto em ambientes fechados e em atividades que implicam uma “visão de perto” desenvolve ou intensifica a miopia. “A população em idade escolar está mais propensa à doença. Nós, especialistas, nos preocupamos com a possibilidade de uma nova geração de míopes. O acesso sem restrições e prolongado a equipamentos eletrônicos como celulares, tablets e computadores é uma das causas do aumento da miopia em crianças e adolescentes”, ressalta. A questão do distanciamento social prolongado que restringiu as atividades ao ar livre também vem sendo responsabilizado pela elevação no número de míopes, sublinha. 

A Sociedade Brasileira de Pediatria orienta evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente. Na faixa entre dois e cinco anos, a recomendação é de no máximo uma hora diária de tela e, entre seis e dez anos, duas horas diárias. A entidade alerta ainda, para não usar telas na hora das refeições nem nas duas horas anteriores ao sono. 

Veja também algumas dicas para evitar a fadiga ocular digital em matéria completa do nosso blog!

Anna Neiva

Anna Carolina Neiva é redatora e jornalista especializada em conteúdos relacionados à saúde visual e marketing de conteúdo digital. Atualmente escreve conteúdos com dicas e curiosidades no blog da LIVO.

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