Saúde da Visão

O que é hipermetropia: sintomas, diagnóstico e correções

A hipermetropia está entre os erros refrativos mais comuns que afetam a visão dos brasileiros, e segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia afeta cerca de 65 milhões de pessoas no país. Mas você sabe o que é a hipermetropia, suas causas e sintomas, ou ainda como corrigir essa condição?

Neste artigo vamos explicar todos esses detalhes. Fique de olho! 🤓

Colaborou com este artigo: @dr.renanoliveira – Dr Renan Oliveira (CRM-SC 24.929) – oftalmologista no Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (Joinville, SC)

Índice

O que é hipermetropia na visão?

Como uma pessoa que tem hipermetropia enxerga?

Qual a diferença entre hipermetropia e presbiopia?

O que causa a hipermetropia?

Tratamentos e correções

Hipermetropia e astigmatismo

Hipermetropia e miopia

O que é hipermetropia na visão?

Segundo definição da American Academy of Ophthalmology (AAO) a hipermetropia é um erro de refração, o que significa que o olho não refrata (focaliza) a luz adequadamente para formar  imagens com clareza. Na hipermetropia não compensada pela acomodação, os objetos distantes parecem um tanto claros, mas os objetos próximos parecem mais desfocados.

Como uma pessoa que tem hipermetropia enxerga?

As pessoas experimentam esta condição de maneiras diferentes. Algumas pessoas podem não notar nenhum problema de visão, especialmente quando são jovens. Porém com o passar do tempo começam a notar objetos próximos embaçados, uma vez que devido ao erro refrativo seus olhos não focam esses objetos da maneira correta.

Para pessoas com hipermetropia significativa, a visão pode ficar embaçada para objetos a qualquer distância, perto ou longe. 

Como funcionam os olhos de pessoas com hipermetropia?

A AAO explica que para que os olhos possam ver, os raios de luz devem ser curvados ou refratados pelo filme lacrimal, a córnea e o cristalino para que possam se concentrar na retina, a camada de células sensíveis à luz que reveste a parte posterior do olho. A retina recebe a imagem formada por esses raios de luz e a envia ao cérebro por meio do nervo óptico.

Qual a diferença entre hipermetropia e presbiopia?

A hipermetropia ocorre quando o comprimento do olho (da córnea até a retina) é mais curto do que o normal ou quando a córnea (janela frontal clara do olho) é muito plana. Como resultado, o foco dos raios de luz  se forma além (atrás) da retina, e não nela, como deveriam.

O reflexo de acomodação é um mecanismo automático que pode compensar parcial ou totalmente a hipermetropia em pessoas jovens (com menos de 40 anos), permitindo uma boa visão. Na acomodação, o músculo ciliar contrai para alterar o formato do cristalino – lente natural interna do olho – tornando-o mais curvo (convexo), o que aumenta o poder de refração da luz, permitindo que o foco se forme na retina.  

Dependendo da idade e grau, o mecanismo de acomodação geralmente permite que a pessoa veja objetos distantes com certa clareza, mas os objetos próximos parecerão mais desfocados (caso a acomodação não seja suficiente) ou podem estar focados, mas às custas de um esforço acomodativo que pode causar cansaço ou dores de cabeça. 

O mecanismo de acomodação vai perdendo a eficiência com o passar da idade, de modo que aos 40 anos, mesmo as pessoas sem hipermetropia começam a apresentar dificuldade em focar objetos próximos (ex. leitura de letras pequenas), condição chamada de presbiopia ou vista cansada. Como um primeiro sinal, as pessoas notam que precisam esticar o braço, afastando os objetos para conseguir ler ou ver objetos próximos com clareza. 

O que causa a hipermetropia?

Como a miopia, a hipermetropia geralmente é herdada, ou seja, é uma condição genética, passada de pais para filhos. 

Sintomas

Alguns dos sinais e sintomas incluem: 

  1. dificuldade com tarefas diárias, como leitura,
  2. fadiga ocular,
  3. necessidade de forçar os olhos para ver de perto e
  4. dores de cabeça.

A maioria das crianças tem hipermetropia, mas não apresentam sintomas de visão embaçada porque seus olhos são capazes, pelo mecanismo de acomodação, de desviar os raios de luz para colocá-los diretamente na retina. Desde que a hipermetropia não seja muito alta, as crianças hipermétropes terão uma visão clara para ver objetos à distância e de perto. À medida que o olho cresce e se torna mais comprido, a hipermetropia diminui. Se o olho crescer mais do que o ideal, “passando do ponto”, a pessoa se torna míope.

Graus

A hipermetropia é um erro de refração esférico, marcado com o sinal positivo (+) na receita médica.

Existem três níveis:

  • Leve, para até +2 graus;
  • Moderada, de +2 a +6 graus;
  • Alta, superior a +6 graus.

Diagnóstico

Para obter um diagnóstico preciso é  necessário consultar um(a) oftalmologista para realizar um exame oftalmológico completo. Ele/ela determinará se você tem hipermetropia  pelo teste de refração com as pupilas dilatadas (sob cicloplegia) com uso de colírio. A cicloplegia (dilatação pupilar) causa um relaxamento completo do mecanismo de acomodação, permitindo que o oftalmologista meça o grau total da hipermetropia. A prescrição da correção nos óculos ou lentes de contato pode ser do grau parcial ou total, dependendo de cada caso. 

Tratamentos e correções

Óculos de grau ou lentes de contato são os métodos mais comuns de correção. Eles funcionam reorientando os raios de luz na retina. 

A melhor opção depende do estilo de vida de cada um, mas veja algumas vantagens e desvantagens destes métodos.

Óculos para hipermetropia

As lentes usadas nos óculos de grau para hipermetropia são convexas, fazendo com que os objetos pareçam mais próximos e ajudando no foco dos mesmo. No entanto, em casos muito altos desta condição, essas lentes podem ficar grossas e deixar o olho do usuário maior, tendo impactos estéticos na vida desta pessoa.

Por isso, atualmente existem lentes com maiores índices de refração, que permitem a correção de graus mais altos e ficam mais finas.

Os óculos de grau também podem ajudar a proteger seus olhos dos nocivos raios ultravioleta com tratamentos UV, bem como das luzes emitidas por aparelhos eletrônicos, com filtros especiais para luz azul, que pode ser prejudicial durante a noite.

Veja matéria completa sobre como conseguir lentes mais finas para óculos de grau.

Lentes de contato para hipermetropia

As lentes de contato são, geralmente, uma opção estética. Elas também facilitam a prática de esportes e atividades ao ar livre.

As lentes de contato para hipermetropia podem ser gelatinosas, podendo ser trocadas diariamente, quinzenalmente oumensalmente. Lentes rígidas são indicadas em casos com astigmatismo alto ou irregular. 

Infelizmente nem todas as pessoas podem usar lentes de contato, uma vez que algumas doenças oculares ou condições específicas dos olhos não permitem o uso do acessório. Por isso é fundamental consultar um oftalmologista antes de começar a usá-las.

Veja tudo que você precisa saber sobre lentes de contato em uma matéria completa do nosso blog.

Cirurgia

As pessoas também podem escolher corrigir a hipermetropia com uma cirurgia refrativa, remodelando a córnea, ou a superfície frontal do olho, ajustando assim a capacidade de foco do olho.

Hipermetropia e astigmatismo

Muitas pessoas, além da hipermetropia, também apresentam o astigmatismo, uma imperfeição na curvatura da córnea ou lente de olho, que o deixa mais ovalado, dificultando a visão.

Mas fique tranquilo, é possível corrigir os dois problemas com óculos de grau, lentes de contato ou cirurgia refrativa.

Hipermetropia e miopia

Tanto a hipermetropia quanto a miopia são erros de refração, porém na primeira os objetos mais próximos ficam borrados e na segunda os objetos mais distantes que parecem embaçados. Por isso ambas não podem acontecer no mesmo olho.

Para ter certeza que possui miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia, consulte um oftalmologista para um exame oftalmológico completo. Depois basta acessar o site de produtos da LIVO e escolher seus óculos preferidos, ou lentes de contato para corrigir a sua condição visual e melhorar o seu dia a dia!

Anna Neiva

Anna Carolina Neiva é redatora e jornalista especializada em conteúdos relacionados à saúde visual e marketing de conteúdo digital. Atualmente escreve conteúdos com dicas e curiosidades no blog da LIVO.

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